Coronavírus e a popularização do home office
O isolamento social é a principal recomendação da Organização Mundial da Saúde para evitar o aumento de pessoas infectadas pelo novo coronavírus (COVID-19). No Brasil, o número de infectados vem aumentando dia a dia, o que está obrigando as empresas a adotarem estratégias de contenção e redução de riscos para seus funcionários.
Entre as soluções encontradas pelas empresas estão a adoção do home office, a realização de reuniões e entrevistas via videoconferência e acesso a dados disponibilizados na nuvem – enfim, o uso de ferramentas digitais que contribuam para aumentar a conexão sem a necessidade da presença física.
Não importa o tamanho da empresa, todas as organizações devem se conscientizar de que a adoção do trabalho remoto é o único caminho para a redução dos impactos da doença na população brasileira. Esperar o surgimento de um caso suspeito entre os colaboradores para tomar essa decisão é compactuar com a disseminação.
Neste momento a participação das empresas é fundamental na gestão da crise de saúde pública. O Ministério Público do Trabalho divulgou um documento com diversas recomendações aos empregadores com foco na prevenção da doença, abrangendo desde orientações básicas de higiene até a flexibilização da jornada de trabalho, especialmente para trabalhadores com familiares doentes e com crianças que tiveram as aulas canceladas.
O comunicado também chama a atenção para a prevenção entre prestadores de serviço e a negociação de acordos coletivos para abono de faltas sem a apresentação de atestado médico.
Olhando essa situação do ponto de vista das habilidades comportamentais, é agora que os verdadeiros líderes vão se destacar, já que cabe a eles tomar as decisões corretas para o bem comum, ou seja, decidir quais estratégias adotar para reduzir o contágio entre suas equipes, além de implementar iniciativas para minimizar o estresse e o pânico, que inclusive são mais nocivos do que o próprio vírus.
Mas se tem algo de positivo surgido a partir dessa crise foi que finalmente as empresas brasileiras despertaram para formas variadas de trabalho, inovando com a adoção de home office e ainda assim conseguindo produzir e ser eficiente da mesma forma. Matt Mullenweg, presidente-executivo da Auttomatic, empresa de software que controla a plataforma WordPress, acredita que o coronavírus está contribuindo para a revolução do trabalho. Em seu blog, ele escreveu: “Não foi assim que imaginei que a revolução do trabalho distribuído fosse acontecer, mas isso também pode oferecer a muitas companhias a oportunidade de, enfim, construir uma cultura que incorpore mais flexibilidade no trabalho, algo que já deveria existir”.
Seguindo essa tendência mundial e o que a realidade da pandemia nos impôs, aqui na Soulan liberamos todos os colaboradores para fazerem home office, e teremos apenas um representante de cada área no escritório localizado na Avenida Paulista, conhecida pelo alto fluxo de pessoas. Ao implementar o trabalho remoto, estamos fazendo a nossa parte, tirando de circulação as pessoas que usam transporte público. As entrevistas com candidatos estão sendo feitas virtualmente e, aos nossos colaboradores, oferecemos toda a infraestrutura para o trabalho remoto, com notebooks, reuniões on-line e CRM em nuvem. Seguiremos as orientações da OMS à risca, porque sabemos que o mais importante é contribuir para a saúde pública e de nossos colaboradores, candidatos e parceiros.
Acredito que, passada a crise mundial do coronavírus, as empresas terão superado esse desafio com um grande aprendizado: as relações de trabalho não são mais estáticas, elas avançaram e quem insistir em um padrão arcaico certamente poderá estar fadado ao fracasso, pois as novas gerações buscam mais conexão e agilidade no dia a dia, tudo o que uma estrutura engessada não permite.
Apesar dos benefícios que o trabalho remoto proporciona, pesquisadores afirmam que é necessário ter um equilíbrio na realização do home office, já que a convivência com outras pessoas é fundamental para estimular a criatividade e o pensamento inovador. Estudos mostram que, trabalhando juntas, as pessoas tendem a resolver problemas de forma rápida e que, em contato com colegas de trabalho, desenvolvem outras habilidades, como a empatia e a colaboração.
Hoje existem milhares de maneiras de atuar remotamente, mas é preciso ter em mente que a mudança começa com o líder confiando que sua equipe terá o mesmo comprometimento que tem em seu posto de trabalho. Se no dia a dia os colaboradores têm ótimo desempenho dentro do escritório, não há motivos para que não seja da mesma maneira fora dele.
Por fim, acredito que em todas as relações, sejam elas profissionais ou empresariais, o caminho do meio é sempre o melhor a seguir. E agora o que temos que fazer é continuar comprometidos em adotar soluções focadas no bem comum.
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